04 de novembro de 2024
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A rotina de trabalho pode esconder um inimigo silencioso que afeta o bem-estar dos colaboradores: a Síndrome de Boreout. Embora seja menos conhecida do que a Síndrome de Burnout, essa condição também impacta negativamente a saúde mental e a produtividade. Enquanto o Burnout surge do excesso de pressão e responsabilidades, o Boreout é fruto da falta de estímulo e da monotonia no ambiente profissional.

O que é a Síndrome de Boreout?

O termo “Boreout” foi introduzido em 2007 pelo filósofo Peter R. Weder e o consultor Philippe Rothlin, referindo-se à sensação de tédio extremo e de subutilização das habilidades dos trabalhadores. Diferente de uma fadiga ocasional, o Boreout é um estado crônico de apatia e desinteresse, que pode levar a transtornos como ansiedade e depressão.

Essa síndrome é especialmente prevalente em ambientes onde os profissionais se sentem desconectados de suas funções e desvalorizados pela empresa. Ao contrário do que muitos pensam, ela não reflete preguiça ou má vontade, mas um sentimento de estagnação profissional. Isso ocorre quando o colaborador recebe tarefas aquém de suas capacidades, levando-o a questionar seu papel e valor dentro da organização.

Boreout vs. Burnout: duas faces de um problema organizacional

 

Apesar de ambas as síndromes afetarem o bem-estar mental, elas têm causas opostas. O Burnout é o resultado de uma carga de trabalho excessiva e pressão constante, enquanto o Boreout surge em ambientes de trabalho que oferecem poucos desafios e baixa valorização profissional. A ONU já reconhece o Burnout como uma condição de saúde, mas o Boreout ainda é visto como um problema organizacional e cultural.

 

Para combater o Boreout, as empresas precisam ajustar suas práticas de recursos humanos, promovendo uma comunicação aberta e possibilitando aos colaboradores um espaço para expor suas necessidades e aspirações. Além disso, é essencial que gestores ajustem as demandas de trabalho de acordo com as capacidades e potencialidades individuais dos membros da equipe.

Principais causas do Boreout

Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento dessa síndrome, tais como:

  1. Poucas responsabilidades: colaboradores com habilidades subutilizadas frequentemente se sentem desmotivados.
  2. Tempo ocioso excessivo: a ausência de tarefas relevantes provoca tédio constante.
  3. Falta de incentivo à inovação: limitar a participação em decisões e ideias pode gerar frustração.
  4. Funções que não se adequam à qualificação: esse desajuste entre tarefas e competências leva ao desinteresse e ao tédio, pois o colaborador sente que seu potencial não é plenamente utilizado. Em ambientes onde o funcionário é subutilizado ou impedido de aplicar seus conhecimentos, há uma maior probabilidade de desenvolver desmotivação, perda de propósito e frustração profissional
  5. Liderança ineficaz: gestores despreparados agravam o desinteresse da equipe.
  6. Clima organizacional negativo: um ambiente hostil ou pouco estimulante piora a sensação de desconexão.

Como reconhecer e evitar a Síndrome de Boreout

 

Os sinais da Síndrome de Boreout vão além do simples desinteresse. Os sintomas mais comuns incluem indiferença com o trabalho, angústia por realizar tarefas irrelevantes e um sentimento de estagnação profissional. Esse estado de apatia afeta a saúde, podendo aumentar a pressão arterial, provocar insônia, irritabilidade, problemas dermatológicos e instabilidade emocional.

Para evitar o Boreout, é essencial que os líderes estejam atentos aos colaboradores, monitorando os sinais de desmotivação e tomando medidas preventivas, como:

 

Organizações que investem no bem-estar de seus colaboradores, adaptando suas práticas e promovendo um ambiente que valorize o capital humano, garantem não apenas o aumento da produtividade, mas também a redução de problemas de saúde mental relacionados ao trabalho. O Boreout é um alerta para a necessidade de uma cultura corporativa mais acolhedora, que valorize o desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores.

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